Medicamentos Biológicos

A PSORÍASE PESQUISAS REPORTAGENS

“Ouvi falar sobre uma vacina para psoríase, posso tomá-la?”. Vacina para psoríase não existe! Existem medicamentos novos, injetáveis, que tratam a psoríase na pele e nas articulações.

A engenharia genética e a biologia molecular são responsáveis pela elaboração de fármacos com alta tecnologia. Vacinas, insulina, hormônio de crescimento humano, medicamentos oncológicos e para transplante, são alguns exemplos de medicamentos imunobiológicos. A biotecnologia mostra-se mais eficaz no controle da psoríase e da psoríase artropática e a cada ano surgem novas substâncias, construídas com moléculas grandes e administradas somente por meio de injeções, pois os comprimidos seriam sensíveis à digestão gástrica.

Nas últimas décadas houve uma revolução no entendimento da psoríase ao se descobrir que o sistema imunológico de defesa do organismo está intimamente envolvido na sua evolução e controle. Não se trata, portanto, de uma doença autoimune como o lupus eritematoso; a psoríase é uma doença imunomediada, fazendo parte das doenças IMID (traduzido do inglês: Doenças Inflamatórias Imuno-Mediadas), como a artrite reumatóide e a doença intestinal de Chron. Como vimos no primeiro capítulos, há base genética e inúmeros fatores individuais e ambientais para que a psoríase se desenvolva, afetando vários órgãos, principalmente a pele, articulações e tendões.

 

A base da alteração na psoríase deve-se ao processo inflamatório crônico, causado por alterações de substâncias pro-inflamatórias e imunológicas.

Portanto, basta um medicamento que atue no sistema imune e, de preferência, sem o alterar. Semelhante a um dominó, em que os medicamentos antigos, mesmo a fototerapia, derrubam quase todas as peças. Ele causa efeitos não-desejáveis, colaterais, podendo ser tóxico ou perigoso. Esse fator levou ao surgimento de medicamentos biológicos com foco em alvos específicos da psoríase, removendo poucas peças do dominó, chamando-se terapia-alvo.

Uma dessas substâncias alteradas do sistema imunológico é conhecida por “fator de necrose tumoral-alfa” (TNF alfa) que está aumentado na psoríase (produzido em excesso pelas células T). Apesar do temível nome, não tem necrose (morte do tecido), nem de tumor. Diversas outras peças (por exemplo, interferons e citocinas) desse dominó podem ser retiradas ou inibidas, como um jogo terapêutico em que se pretende o controle e, quem sabe, a cura da psoríase.

Medicamentos biológicos têm foco em alvos específicos da psoríase e podem ser usados por longos períodos, com segurança e sem perda da eficácia

Assim, o Consenso de Tratamento para Psoríase surge em vários países e cria normas também para indicação médica dos remédios biológicos. Os principais critérios de inclusão são:

– Somente para psoríase moderada ou grave.

– Quando houver falha no controle com outros tratamentos convencionais: metotrexato, acitretina e ciclosporina e fototerapia.

– Quando os efeitos colaterais, como danos ao fígado ou rins ou supressão da medula óssea, impediram de usar ou fizeram interromper tratamentos tradicionais.

– Como parte dos tratamentos rotatórios ou combinados.

– Em pacientes de psoríase com grave deterioração da qualidade de vida e/ou incapacidade física ou psicossocial.

Atualmente, permanecem no mercado internacional e já estão aprovados no Brasil os medicamentos biológicos que atuam “modulando citocinas” na psoríase e psoríase artropática. Eles são classificados de acordo com sua ação, ou seja:

 

 Agentes anti-TNF alfa Agente anti p40 (IL-12 e Il-23)
infliximabe ustekinumabe
etanercepte  secukinumabe
adalimumabe  

 Fonte: Psoríase Descobertas Além da Pele, Cid Yazigi Sabbag, Ed Yendis 2010

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