Psoríase eleva risco de problema cardíaco segundo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo

REPORTAGENS

FERNANDABASSETTE
da Reportagem Local

A psoríase, doença que causa descamações na pele e atinge 3 milhões de brasileiros, aumenta o risco de problemas cardiovasculares. Essa conclusão foi apresentada na reunião anual do American College of Cardiology, em Atlanta (EUA).

Por muito tempo, essa doença foi considerada exclusivamente um problema de pele. Mais recentemente, passou a ser associada a outras complicações no corpo, entre elas, problemas cardíacos.

Essa associação vale em particular para quem sofre das formas moderada ou grave (10% a 20% dos pacientes) da psoríase.

Por dez anos, pesquisadores do Hospital Universitário Gentofte, na Dinamarca, acompanharam as complicações em mais de 40 mil pacientes com psoríase e as compararam com a população sem a doença. Foram excluídos outros fatores de risco que poderiam desencadear um problema cardíaco.

Os resultados mostram dados preocupantes: a psoríase moderada ou grave eleva em 24% o risco de a pessoa sofrer um infarto, em 45% o risco de ter um AVC (acidente vascular cerebral) e em 51% a probabilidade de o doente ter arritimias.

Nos pacientes com a forma leve da psoríase, os pesquisadores não encontraram aumento significativo do risco de infarto, mas constataram que o risco de sofrer um AVC é 19% maior e o de arrtimias, 22% mais alto.

“Precisamos reconsiderar o tratamento dos doentes com psoríase: devem ser priorizadas mudanças no estilo de vida e triagem para colesterol alto e hipertensão mais cedo do que o previsto”, afirmou Ole Ahlehoff, principal autor do estudo.

Doença inflamatória

Segundo a dermatologista Valéria Petri, responsável pela unidade de psoríase da Universidade Federal de São Paulo, faz pouco que a psoríase foi reconhecida como uma doença inflamatória crônica.

“Sabemos, hoje, que ela requer cuidados multidisciplinares, envolvendo reumatologistas, dermatologistas, cardiologistas e nutricionistas”, diz.

De acordo com o dermatologista Cid Sabbag, chefe do ambulatório de psoríase do Hospital Ipiranga, os problemas cardiovasculares podem surgir em decorrência da inflamação crônica, que pode modificar o processo vascular e alterar as paredes dos vasos sanguíneos.

Outra possível explicação são os efeitos colaterais dos medicamentos usados no tratamento da doença. “Muitos causam alterações nos índices de colesterol e triglicérides no sangue. Isso aumenta o risco de doenças no coração”, diz Sabbag.

Para o médico, o risco apontado pelo estudo é alto, mas não há razão para pânico: “Pacientes com psoríase terão sua saúde cardíaca monitorada mais de perto. E o tratamento passará a ser multidisciplinar.”

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, CREMESP, participa das Solenidades de Abertura do Encontro Municipal e Nacional de Psoríase e Vitiligo, organizado pelo CBEPsoríase nesses anos todos e divulgou em 2010 no site e Jornal do CREMESP:

http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Jornal&id=1374

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