Remédio para psoríase é recolhido por laboratório nos EUA (Folha de São Paulo 2008)

REPORTAGENS

A cada ano surgem novos medicamentos com tecnologia mais eficaz e segura que os anteriores, após anos de desenvolvimento e posterior teste com animais (fase I da pesquisa clínica), e grupos pequeno de pessoas (fase II) e grupos maiores e em alguns centros de pesquisa internacionais (fase III).

Somente após aprovação de todas essas demoradas e caras etapas, o medicamento será comercializado – ou não – e mesmo assim poderão surgir problemas não imaginados.

Nós médicos deveremos relatar quais foram esses alterações na saúde para avaliar se existe correlação com o uso do novo medicamento e quando isso se torna significativo, retira-se do mercado mundial. Esse foi o caso do medicamento Raptiva que Dr Cid Yazigi Sabbag participou da fase III em São Paulo, no Ambulatório de Psoríase da UNIFESP em 2005/2006. Veja matéria abaixo:

JULLIANE SILVEIRA
da Folha de S.Paulo

A farmacêutica Genentech anunciou ontem que retirará voluntariamente do mercado nos EUA o medicamento Raptiva (efalizumabe), indicado para casos graves de psoríase ou para pacientes que não respondem a outros tratamentos. A empresa diz que a droga aumenta riscos de o usuário desenvolver leucoencefalopatia multifocal progressiva, um tipo de infecção fatal no cérebro.

No fim de 2008, a FDA (agência americana que regula alimentos e fármacos) obrigou a fabricante a incluir um aviso na embalagem do remédio devido a relatos de infecções oportunistas ligadas a seu uso. A Emea (Agência Européia de Medicamentos) também divulgou um alerta. Duas mortes ocorreram no continente decorrentes do uso do remédio.

O Raptiva é comercializado no Brasil pelo laboratório Merck Serono e tem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que não foi notificada pela empresa. A Merck Serono afirmou que “há um mês, já havia tomado a decisão de suspender a comercialização do remédio em todos os países onde detém a licença, inclusive no Brasil”.

Segundo o dermatologista Cid Sabbag, diretor do Centro Brasileiro de Psoríase, médicos brasileiros receberam em março uma carta do laboratório com a informação de que a venda do produto poderia ser reduzida e interrompida. “O recolhimento ocorrerá aos poucos, para que haja tempo de fazer a transição para outro remédio”.

Cerca de 47 mil pessoas utilizam o remédio em todo o mundo, afirma Sabbag -um mês de tratamento custa R$ 5.000. Para ele, a ação é “um pouco de exagero”. “As mortes ocorrem em idosos, talvez o sistema imune seja mais debilitado.”

Pacientes que usam o remédio não devem parar o tratamento, sob risco de piora dos sintomas da doença. É recomendado procurar o médico.

Assim, alguns tratamentos são indicados para tratamento da psoríase e podem ser substituídos por outros. Como exemplo o laser do tipo Pulsed Dye Laser com ação na parte vascular da lesão da psoríase, que mais tarde foi substituído pelo Excimer Laser UVB 308nm que age no inflamação e células imunes da pele e é utilizado com sucesso na psoríase leve e vitiligo até hoje (2017). Veja notícia de 2001 com avaliação do Dr Cid Yazigi Sabbag na Revista Veja, Edição 1 724 – 31 de outubro de 2001.

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